14 de dezembro de 2015

Artur de Freitas Castro: "O Pé de Vento"

O Artur quando surgiu no cenário nacional ainda era um “garoto”, lembro-me de alguns comentários no meio esportivo de alguns técnicos e atletas dizendo que ele iria render muito ainda, pq seu corpo ainda estava em formação. Lembro daquele garoto começando crescer barbicha, corpo de aparência frágil ainda em desenvolvimento, aparência tímida mas quando estava correndo chegava sempre entre os primeiros. O nome dele era “Artur” mas os atletas gostavam de chama-lo de “O Pé de Vento” e não era pq ele corria e era patrocinado pela equipe Pé de Vento não...esse apelido ele recebeu da imprensa da época pq nos ano de 87 e 88 foi considerado o melhor atleta brasileiro e o chamava de Pé de Vento “sinônimo de vitória”. Foi praticamente o Artur quem projetou a equipe Pé de Vento no cenário nacional, depois dele vieram Ronaldo da Costa, Eder Moreno Fialho, Luiz Antônio dos Santos, Clair Wathier, Frank Caldeira e outros. Vejam alguns resultados dessa brilhante carreira durante os 13 anos em que esteve competindo no Brasil e no exterior nas postagens do site "Papaléguas Sports".


Começou a correr pela Pé de Vento em 1986 e, neste mesmo ano, bateu o recorde juvenil dos 10.000 metros e 5.000 metros em pista. No ano seguinte, ganhou a medalha de bronze no Troféu Brasil de Atletismo Adulto nos 10.000 metros

1987
Após 34 competições no sudeste e sul do Brasil, surgiu o primeiro patrocinador, CME Concórdia da cidade de Concórdia em Santa Catarina, onde competiu pela equipe por todo o ano:
Venceu 23 competições.
Venceu todas as provas no estado de Santa Catarina.
Medalha de bronze, estreando no Troféu Brasil de Atletismo, ao final do ano.
2º lugar na Meia Maratona da Independência, projetando-se para o sucesso maior no dia 31 de dezembro.
8º lugar na São Silvestre.


1989
47 competições no total, venceu 14, obtendo outros bons resultados em competições também de alto nível, no Brasil e no exterior, entre elas:
29º lugar na Classificatória para o Mundial de Cross Country na Noruega, melhor colocação até então de um brasileiro.
2º lugar na Scarpa D'Óro (Vigevano-Itália), a 7 segundos do queniano John Ngugi (Campeão Mundial de Cross Country)
3º lugar na18ª Stramilano (Milão-Itália), que proporcionou o convite do Sr. Gioggio Rondelli (conceituado treinador da Itália e do atletismo mundial).
Foi então que aceitando o convite se transferiu para Milão em maio onde superou em pista, os 3.000 m (7m59s80), 5.000 m (13m46s12d) e 10.000 m (29m00s10d). Não bastando venceu algumas provas de rua que fez por lá.
No Brasil:
Venceu o Troféu Brasil de Atletismo.
2º lugar no Campeonato Brasileiro de Rua, ao final do ano.


1991
45 competições, vencendo 11.
Classificou-se no Brasil para o Mundial de Cross Country, sendo campeão brasileiro e de novo o melhor brasileiro no mesmo.
Retornando a Itália competiu em várias provas obtendo bons resultados, como:
2º lugar na Maratonina Della Pasquesta.
3º lugar na 20ª Stramilano (Milão-Itália), com 1h01m27s, novo recorde brasileiro e sul-americano para distância de 21.097m.
28m50s21d no Meeting di Formia para 10.000 m em pista, superando-se ao baixar seu próprio tempo.


1993
31 competições durante todo o ano, vencendo 11 delas.
No início do ano foi "bicampeão brasileiro de Cross Country" em São Paulo.
Competindo na Itália, trocou de patrocinador, indo para Kway Athletic Team do Dr.Gabriele Rosa. A temporada (7 meses) realmente foi muito satisfatória, pois superou em pista os 5.000 m com 13m40s88 e 10.000 m com 28m43s18, onde teve ajuda dos companheiros Luca Barzagui e Danilo Guidide, este o fiel companheiro dos nossos treinos.
Também foi marcada pela vitória na famosa Franciacorta, corrida em 5 etapas, realizada no norte da Itália, chegando na frente de grandes atletas como: Andrew Massai (Quênia), Salvatore Bettiol (Itália), Luca Barzagui (Itália) e tantos outros, venceu outras duas provas importantes, primeiro a 8ª Maratonina Del Garda em Garnegnano com tempo de 1h02m32s (21.097m) e a segunda e mais importante maratona italiana, a Maratona de Veneza, onde não só venceu como também baixou o recorde da prova em 3m18s com o tempo de 2h10m06s, sendo no final do ano no ranking mundial 10º melhor tempo do mundo, fechando o ano com muita expectativa.

Com: Delmir Santos, Geraldo de Assis e Laurênio Alves Bezerra

1995
18 competições em todo o ano.
Apesar de alguns problemas, foi convocado para o Pan-americano, para correr a maratona.
No Brasil, obteve alguns bons resultados como: 3º lugar na Corrida Primavera-Verão (Petrópolis-Itaipava), classificou-se para o Ekiden em Chiba no Japão, prova por equipe. Em São Paulo foi 5º lugar na Meia Maratona da Independência, 2º lugar na Corrida Rústica de Aparecida em Aparecida e 4º lugar na famosa Gonzaguinha, correndo os 15 km em 44m42s, fechando o ano.

Com: Ronaldo da Costa, Delmir Alves dos Santos e Luiz Antônio dos Santos

1997
14 competições.
Também foi marcado por poucas provas e algumas cirurgias.
Destacou-se com o 2º lugar na Corrida Volta da Lagoa no Rio de Janeiro.
1998
Totalizando 370 competições realizadas ao longo de 12 anos de carreira com 115 vitórias e bons resultados, Artur finalizou sua carreira e se dedica atualmente na Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro como vice presidente.

As postagens completa podem ser acessada:"Papaleguas Sports"

3 comentários:

  1. Adelmo o homem enciclopédia do atletismo, sensacional sua postagem, nao cheguei conhecer esse atleta da pé de vento, grande fera hein. Agora como a organização da SS deu mole na largada, deixando largar primeiro o pelotão geral, quase que atropela os corredores de elite...kkk...E ainda no início um penetra entra na competição e corre junto com a elite, que final eletrizante entre o queniano e o mexicano. Show. Adelmo parabéns por estar sempre relembrando esses bons momentos. Vc tem que escrever um livro com todas essas memórias para os corredores ficarem sabendo e principalmente a nova parabéns fera.

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  2. Também conheço este cara muito bom atleta espero que ele faça um livro sobre a trajetória dele sou muito fã dele

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    1. Pois é meu amigo, tem corredores que parece que nasceram para o dom da corrida, a evolução vem rápida alinhada com trabalho e disciplina. O Artur era um diamante bruto que soube ser lapidado. Grande abraço.

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